NOTÍCIA
Desde 1974, quando foram abertas as embaixadas do Brasil em Pequim e da China em Brasília, a China passou por transformações profundas, passando de uma economia de base agrícola e rural para um país líder na produção e exportação industrial. Além de se tornar uma potência industrial e depois de um rápido processo de aprendizado e de incorporação de tecnologias estrangeiras, a China vem buscando também se tornar um país líder em Ciência, Tecnologia e Inovação. Do ponto de vista social, as mudanças também foram marcantes, com um processo de urbanização sem paralelo na história e a retirada de 700 milhões de pessoas da pobreza, porém acompanhado pelo aumento da desigualdade de renda e acesso a serviços públicos. O enorme esforço de mudança estrutural tornou o país o maior emissor global de gases de efeito estufa, mas também um dos países que mais tem investido em novas fontes de energia renovável. Finalmente, do ponto de vista internacional, a China tem mostrado a intenção de aumentar sua projeção e influência global, com diversas iniciativas tanto para aumentar sua voz em organismos multilaterais como para criar mecanismos alternativos às instituições existentes. Ao se consolidar como um grande ator global, sob diferentes perspectivas (social, econômica, geopolítica, financeira, ambiental, tecnológica, científica e cultural, apenas para citar as mais importantes), a sua influência no mundo contemporâneo é crescente.
Se o processo e a direção do desenvolvimento chinês e a sua crescente influência global por si só já se constituem em fenômenos que devem ser estudados com profundidade, no caso do Brasil, essa necessidade é ainda maior. As relações econômicas bilaterais têm crescido significativamente, com a China se tornando o maior parceiro comercial do Brasil em 2009. Essas relações vêm se diversificando e ganhando complexidade, abarcando outras dimensões como investimentos e financiamentos. Ao mesmo tempo tem colocado desafios importantes expressos em temas relacionados à desindustrialização, reprimarização da pauta de exportações e impactos sociais e ambientais dos investimentos das empresas chinesas no Brasil.
Este número especial da Revista Economia e Sociedade pretende receber artigos que abordem e aprofundem essas e outras questões relacionadas ao desenvolvimento econômico e social da China, à sua influência global e às relações com o Brasil e com a América Latina.
Os artigos devem ser submetidos até o dia 31 de janeiro de 2024. Cabe ressaltar que a submissão não implica compromisso de publicação do manuscrito. Após avaliação pelo Conselho Editorial e processo de revisão anônima por pares (blind review), os artigos selecionados serão editados e publicados em 2024. Além do ineditismo dos trabalhos submetidos, exige-se respeito às recomendações e regras gerais de formatação já vigentes para o fluxo normal de submissões do periódico. Dúvidas podem ser esclarecidas pelos canais de contato da revista.
Editores: Carolina Troncoso Baltar, Alex Wilhans Antonio Palludeto, Alexandre Gori Maia, Bruno Martarello De Conti, Fabio Antonio de Campos, Rosângela Ballini.
Editores convidados: Célio Hiratuka, Ana Rosa Ribeiro de Mendonça, Antonio Carlos Diegues e Roberto Alexandre Zanchetta Borghi.
Link para a submissão: https://submission.scielo.br/index.php/ecos/submission/wizard?sectionId=2013