ARTIGO ACADÊMICO

 

Denis M. Gimenez, Juliana P. M. Cajueiro, Gabriela R. R. de Oliveira e André Krein | Fiocruz

 

O Complexo Econômico-Industrial da Saúde (CEIS) é, simultaneamente, muito intensivo em capital e trabalho. De forma simplificada, trata-se de um espaço de fronteira da incorporação de máquinas, equipamentos e sistemas característicos da manufatura avançada e das novas tecnologias 4.0 que, ao mesmo tempo, expande a demanda por força de trabalho, cada vez mais qualificada, ao tornar mais ampla e sofisticada a atenção à saúde e os cuidados com as pessoas, cuja esperança de vida ao nascer é crescente.

No momento do bicentenário da independência do Brasil, diante da crise atual e da permanência de traços estruturais do subdesenvolvimento, o fortalecimento do SUS e do CEIS é central para execução de políticas sociais e para o mercado de trabalho brasileiro, tanto pelo volume de ocupações que abriga e gera como pela qualidade das atividades, da remuneração e do padrão de relações de trabalho, num mercado do trabalho historicamente desorganizado, de baixa qualificação, fundado em baixos salários.

Diante desse diagnóstico, as políticas públicas para o CEIS devem considerar que se trata de um complexo estratégico para a pesquisa e o desenvolvimento tecnológico no século XXI, assim como para a geração de muitos e bons empregos. Essas características valem em outros países e, particularmente, no Brasil pelo fato de tratar-se de um país continental, com grande população e contar com o Sistema Único de Saúde (SUS) – o maior sistema público de saúde universal do mundo. Em outras palavras, o Brasil tem escalas compatíveis com as exigências de setores produtivos complexos e um campo aberto de atenção superior à saúde para uma população que convive com “doenças do atraso” e novas patologias características da vida moderna.

 

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