ARTIGO ACADÊMICO

Antônio Carlos Diegues e José Eduardo Roselino | Jornal dos Economistas

 

O acirramento das tensões entre China e EUA promete ser um dos principais elementos que pautarão as estratégias geopolíticas e de desenvolvimento tanto das potências internacionais quanto as da periferia do sistema nas próximas décadas.

A escalada do conflito interestatal, ao assumir um caráter tecnonacionalista, abre espaços para a retomada no debate político internacional da centralidade da indústria ao desenvolvimento. Não suficiente a tal escalada, os desdobramentos da pandemia de Covid e da Guerra da Ucrânia desnudaram definitivamente as fragilidades das cadeias globais de valor.

Com vistas a contornar a dependência excessiva destas cadeias e mitigar gradativamente os impactos desestabilizadores que uma desorganização de seus elos pode ter nas economias nacionais, há um consenso entre os principais policy makers globais de que a era da hiperglobalização parece ter chegado a um esgotamento.

É nesse contexto que se observa um espaço crescente para a adoção de políticas industriais e tecnológicas que tenham como objetivo aumentar a resiliência das economias por meio da retomada do papel central da indústria e do desenvolvimento tecnológico para uma trajetória de crescimento sustentável no longo prazo. Assim, uma agenda de políticas que durante as últimas décadas esteve relegada ao debate acadêmico agora é ratificada, inclusive por organismos multilaterais. São inúmeras as iniciativas que apontam nessa direção, do qual os bilionários programas norte-americano (Chip and Science Act) e chinês de estímulo ao setor de semicondutores são os principais exemplos.

 

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