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Por Lilian Rolim | Le Monde Diplomatique

 

A professora Lilian Rolim, do Instituto de Economia da Unicamp, assina o artigo “O controle inflacionário no Brasil”, publicado em 1º de julho de 2025 na Le Monde Diplomatique Brasil. O texto apresenta visão clara e fundamentada sobre a forma como o país enfrenta elevadas taxas inflacionárias, atualmente orientado por uma política institucional robusta.

Rolim destaca que, desde 1999, o regime de metas de inflação – inspirado no Novo Consenso Macroeconômico – tornou-se o eixo central da política de preços no Brasil. Esse modelo baseia-se em um único instrumento, a taxa básica de juros, e um objetivo definido: manter o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) dentro de uma banda de tolerância. Por meio da Selic, ajustada pelo Comitê de Política Monetária com metas fixadas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), busca-se ancorar expectativas e conferir transparência à condução monetária.

A autora observa que a atuação restritiva da autoridade monetária, embora eficaz no controle da inflação, provoca “diversas consequências econômicas e sociais” e expõe contradições no conjunto da política econômica. Ela alerta para efeitos como a elevação dos custos de crédito, impactos sobre investimento e emprego, e proteção limitada a vulneráveis, sobretudo quando choques externos ou desequilíbrios fiscais pressionam o sistema.

Rolim argumenta que o controle inflacionário não se reduz a uma operação técnica, mas demanda equilíbrio entre rigor monetário e sensibilidade socioeconômica. Seu diagnóstico ressalta que, para funcionar de forma sustentável, o regime deve estar ancorado em credibilidade institucional e coerência fiscal; sem isso, a eficácia da Selic pode ser comprometida pelas pressões advindas do déficit público e da oscilação cambial.

 

Artigo completo: https://diplomatique.org.br/o-controle-inflacionario-no-brasil/